domingo, 25 de dezembro de 2011

Telegram Nerd


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dest'água


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Casa Cunali


sábado, 3 de setembro de 2011

Amoxilina Blues

Eu vou andando
Eu vou correndo
Eu vou rolando
Aaaah, aaaaah, Amoxilina!
-Adílson, vira nesta!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Big Worm


sábado, 25 de junho de 2011

Google Translator

Todo dia
Há sol
Na bahia

Everyday
There's sun
On the bay

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fingidor

Me faça um terno que me traga algo de sério
já não quero parecer mais um mistério
argumente seus clichês, o homem da casa deixou de viver
se desfaça do seu pudor minha alegria agora é o nó e paletó
e de tanto esperar por aquela manhã, continuo sentado em minha vida como a rocha que se faz para esperar
não existe paz com tanta luz, não existe agústia que não seja cruz

me trace um critério, e me vista neste tédio
já me sinto mais leve, como é simples o descomplicar
como é doce se integrar entendendo a coesão, sem precisar analisar
é como dizíamos há algum tempo atrás, sinta a vida te levar
quanta futilidade achar que pensar vai te desanuviar
tudo é muito mais ligado ao instinto, eterno propulsor
sempre soubemos disso, só estávamos buscando cientifizar
só estávamos criando novos caminhos para solucionar

Eis que nos perdemos para nos achar
todos tem um terno que se ajuste ao seu tédio
todos descomplicam para depois complicar
todos mudam a aparência para se aconchegar
todos se ajudam para justificar
todos esperam que um dia poderão se julgar

e para tudo e para todos sempre haverá caos e cães
para tudo e para todos os sons ão de soar pararelo ao que existimos
tudo para e se equipara, e tudo caminha sempre com sentido
talvez seja a falta de ópio, mas que tudo parace óbvio ninguém vai me negar

Contente-se com seu terno, mistério é a mesa do bar
Entenda que o seu tédio, é um canal para além do mal

alfaiate de cotidianos, minha medida é muito clara

mas por ter o instinto meio lerdo
vou me vestir neste terno e vou trabalhar

terça-feira, 5 de abril de 2011

Malim

sábado, 26 de março de 2011

Seres urbanos

Nós, os seres urbanos
Que tristeza sentimos!
Cobrimos o mato de asfalto
E que tristeza sentimos
Cercamo-nos de muros
E que tristeza sentimos
Bebemos nos bares, encontramos os amigos
Passeamos nos parques, lemos os jornais
Contamos os dias
Contamos as horas
Sonhando com tempos imemoriais

Sentido

Isto não faz sentido. O que é isto?
Não faz muito sentido de qualquer maneira
Isto é, não faz sentido de maneira alguma
Alguma maneira é segura
Porém, ainda temos dúvidas
Dúvidas e dívidas
E dúvidas são perguntas
E dívidas são cifrões
Isto é, dinheiro
O que não faz sentido é estar aqui e agora
Trabalhando nos domingos e feriados
Para pagar as dívidas que não fizemos, ainda
Ainda que isto nos dê segurança
Segurança para ter o que vamos perder
De qualquer maneira
Então, segurança é nada
So, insecurity is all

Busy day

Is it busy? No, madam, it is not busy today. I've broken my back fifteen minutes ago but it's all right, I'm not bleeding. Well, let's make it more clear. I'm working in a hotel as a porter but at the moment I'm just sitting in the staircases somewhere between 3rd and 4th floors. It's dangerous, I suppose, but I'm very sleepy and I like this special staircase. The biulding has three more but, as there is no lift near this one, it is more likely that people wouldn't come here. I feel more comfortable in this place and sometimes very secure and peaceful. The sight isn't wonderful, on the contrary. I have a big and ugly office biulding right before my eyes. Nothing happens there since everybody has already gone home. All I can see are abandoned computers, shelves, lots of papers and nothing more. Down there on the street sometimes somebody or a car passes, but only every now and then. It is not a main street, not even a secondary one, just some kind of passage, a dead end street. It makes me feel lost - stuck inside an old biulding, waiting for nothing and watching the time passing outside.

Escrevo

Escrevo para não esquecer de como escrever. Escrevo para dizer que sinto saudades do mar e das praias do Brasil. As praias do Brasil são as praias da Bahia onde o português chegou com toda a sua ambição. Um português me disse para esquecer dos estudos - "é tolice" - e trabalhar. Será que foi o mesmo português que descobriu o Brasil? Se for, já descobrimos a causa do nosso subdesenvolvimento crônico. Começo, por isso, a sentir um certo mal-estar quando uso a língua dos descobridores, que foi a língua de Camões e Fernando Pessoa. (Gênios! Por onde andam?)

Hell

We're living in hell
Full of dark spirits
Nature is god itself
And we're trying to kill it

Fish Chant

Fish full of rivers
Street unable cars
Trust but not forgiven
Know just where you are

Skies are made of iron
Gold is made from dust
Ships that sink in the mud
Images of yesterday's lives

Face the desert of islands
Stop the fear that grows
Change the mood of weather
Unoticed the river flows

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Da janela

Fui chamar o Gulherme numa tarde dessas perdidas na imensidão, que é a mesma tarde de hoje à tarde, mas nós arrumamos outros afazeres para ocupar o tempo que passa muito lentamente se compararmos os bilhões de anos com nossas particularidades, lembrancinhas de anos atrás, alguns anos apenas, nada no grande esquema das coisas. Da calçada, ouvi saindo quarto que dá pra rua na casa do Walter Rehder, o som. Parecia que era a música que eu sempre escutei na cabeça, o ideal. "Free Bird", Lynyrd Skynyrd. Era aquilo, definitivo. Aquele momento naquela tarde igual ficou marcado pra sempre. O que não significa nada. O que é sempre no imensurável esquema das coisas? Não importa.
Importa é que naquela tarde Ronnie Van Zant, vocalista e inventor da banda, ainda estava vivo, provavelmente enchendo a cara de Jack Daniels em alguma cidade do sul americano numa turnê sem fim pelas estradas que continuam para sempre. Whiskey and rock n roller, that's what I am! Provavelmente Steve Gaines, um garoto prodígio da guitarra, já estivesse tocando com eles. Talvez estivessem naquele momento, com o fuso horário a favor, roubando o show dos Rolling Stones num festival no interior da Inglaterra. Porque eles eram o terror de quem viesse a seguir, hard act to follow. Uma bandinha de Jacksonville desafiava as leis da probabilidade rumo à consumação final do rock and roll.
Eu não sabia de nada disso naquela tarde, sequer podia pronunciar aquele nome (pronounced...). A única coisa que eu podia fazer naquela época de trevas tecnológicas era guardar o pouco dinheiro que aparecesse, pegar carona até Ribeirão Preto e rumar para a Discolar, sem escalas. Estava lá, One More From The Road, duplo, ao vivo, mítico, com Free Bird e mais. Quando cheguei em casa, meus irmãos perguntaram se era rock alemão. Era descendente de holandês, do sul da Georgia, norte da Flórida. A agulha do toca-discos estava acabada, então passei muito tempo só olhando praquele disco, "ouvindo" as músicas com aqueles nomes tão sugestivos. Saturday Night Special. Travellin' Man. Whiskey and Rock n Roller. Como ninguém tinha pensado nisso antes. Tinha. O Free, por exemplo. Mas eu não sabia.
Free, Cream, Rolling Stones. Esses caras eram fissurados no rock inglês. Os Allman Brothers saíram de Jacksonville também, mas são outra história. Um banda de blues, de músicos natos. Duanne Allman era aquela espécie que toca desde o primeiro dia, o craque. Nós conhecemos gente assim, Rica, Betão, pra quem a música vem antes dos nomes dos acordes, fácil, doce, protetora. Other people, ordinary people, they have to work. Allen Collins e Gary Rossington tiveram que dar duro, sangrar os dedos, em tardes intermináveis. O sonho era maior que as limitações, e quando Ronnie Van Zant colocou sua mão de ferro sobre a banda eles tinham que aprender senão apanhavam. Eles nunca chegaram a Eric Clapton, mas se moldaram naquela forma com uma entrega tão absoluta que num dado momento chutaram a bunda de Deus. Haveriam de pagar como o ladrão do fogo divino.
Crianças, não tentem isso em casa. Essa é a história mais trágica da música popular moderna, seja lá o que for isso. Desde aquela tarde, igual a outras, eu venho tentando desvendar esse mistério. Talvez ainda falte aquele viagem a Jacksonville, de navio, claro, para ver alguns túmulos e o terreno onde ficava a Casa do Inferno, antro de ensaios que duravam 12 horas. Esses sujeitos largaram tudo para tocar sem parar. Morreram por isso. Alguns no avião que caiu a 100 quilômetros do aeroporto. Outros nas longas tardes vazias preenchidas com álcool e drogas. Se você chega ao topo, só há um caminho.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sinta o frio da cidade - Adilso Galdino

Não quero sofrer com a última gota de amor
espero nas madrugadas frias de São Paulo
um vagalume
carta de amor picada (rasgada)
a paciência esfria o coração
a vontade excita
desejo!
desejo um cigarro, um whisky
o seu restaurante favorito
sempre te oferece monotonia
caminhe, sinta o frio da cidade

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Tudo caminha parado

Estranho é não ter sentido nenhum estranhamento. Tudo me pareceu tão normal, tão igual, que estranhei!
Mas estranhei sem estranhar. como se tivesse ido ao banheiro e quando voltei estava um ano mais velho.
Não tive nem a leve sensação de estar me "reaculturando", foi tão simples quanto subir em uma bicicleta e pedalar.
Talvez porque estar fora do Brasil me fazia refletir mais sobre o Brasil.
Mas o fato é que hoje a Terra é pequena. E a aldeia global, já está menor que a parabólicamará.
Viver em outro país não nos desconecta de nossas vidas. Entre facebooks, twiters e msns, vivemos o pararelo virtual, mesmo não estando presentes fisicamente. Deixamos de presenciar sem se desconectar. Estamos conectados por um cordão umbilical online, e este cordão está constantemente se emaranhando ao carretel da Terra pequena.
Já nascemos hoje em dia mais globais, somos uma metamorfose da força global misturada a soberania local. E é essa soberania local que sempre será chocante. Por mais globais que nos façamos, sempre teremos o instinto local de onde nos criamos. E sempre nos depararemos com as nuancias locais de qualquer aldeia global.
Quando conhecemos a cultura local, não existe choque. Existe reconhecimento. Tudo faz sentido, mesmo que não tenha sentido. Tudo caminha parado, mesmo com o Faustão seco e o Silvio Santos quebrado.


...Sem as sutilezas locais nos faremos babacas globais