segunda-feira, 26 de julho de 2010

sábado, 24 de julho de 2010

Na adunca daquele rio

Na adunca daquele rio
fez-se um brejo criativo
de tão fixo o paraiso
a idéia afundou no piso

Então se fez feliz assim

Vida, ciclo, egoísmo
flores secas sem sentido
da pasmeira fez-se vida
da maneira viveu-se triste

Então se fez feliz assim

Sei que este lugar esta em mim
Mas vou porque de longe sou mais feliz

Por um triz não foi aquilo
e divide o prejuízo
Na sua fala o R é visto
O caipira inibido

Então se fez feliz assim

Em um mundo sem conflito
fica claro seu destino
Sempre carregará consigo
essa marca de nascido

Então se fez feliz assim

Sei que este lugar esta em mim
Mas vou porque de longe sou mais feliz

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tudo é vida, irmão

Tudo é parte de um todo de sem par grandeza,
Cuja alma é Deus, e cujo corpo é a Natureza;
Que por tudo se muda e em tudo é o mesmo ainda,
Grande na terra e na amplidão etérea infinda;
Refresca a nós na brisa, a nós no sol aquece,
Brilha nos astros, e nas árvores floresce
Por toda vida vive, a todo alcance alcança,
Se espalha e não se parte, opera e não se cansa,
Sopra a alma e molda a carne, esse mortal quinhão,
Pleno e perfeito, num cabelo ou coração;
Pleno e perfeito, quer num homem vil que chora,
Quer no elevado serafim que ardendo adora;
Para ele não há baixo ou alto ou grande ou miúdo;
Ele nutre, restringe, liga e iguala tudo.

Cessa! Nem à ORDEM chames mais imperfeição:
No que acusamos se acha a nossa salvação.
Vê teu limite: esta porção justa e devida
De cegueira e fraqueza a ti é concedida.
Sujeita-te... Ou nesta, ou em qualquer esfera,
Garante as bençãos todas que teu ser tolera,-
Sempre a salvo na mão do só Dispensador,
Na hora do nascimento ou na hora em que se for.
A natureza toda é uma arte ignota a ti;
Todo acaso, desígnio, que não vês aqui;
Toda discórdia, uma harmonia que ouves mal;
E todo mal parcial, o bem universal:
Malgrado o orgulho, o raciocínio pouco aberto,
Uma verdade é clara: TUDO O QUE É, É CERTO.


Alexander Pope
Ensaio sobre o homem
(Epístola I, vv. 264-294)