sábado, 17 de novembro de 2012

Médios

Eu não entendo os médios. Agudos e graves são mais aparecidos e conhecidos. Alto e baixo. Esquerda e direita. É fácil acreditar que por trás está a mesma matemática. A mesma que veio de longe, traduzida pelos gregos para fundar a civilização ocidental. Matemática por trás de Platão e escancarada por Pitágoras. Tudo movido por notas.

sábado, 10 de novembro de 2012

Cinquenta


Salve, Mario. Cinquenta é um número que nós nunca pensamos que existisse. Vinte era mais parecido com os sonhos de estar em Woodstock. Mas que nada. Nascemos tarde demais! E o tempo continou a andar, desgraçado, sem esperar ninguém. One sweet dream came true today, sussurava entre os chiados da vitrola. Mas que bom. Vimos a internet nascer e nos dar tudo que nos era racionado, todos os sons! Ainda assim às vezes sentimos que a escassez era um alimento da alma, sonhando com aquelas capas, imaginando o que estaria dentro, o que já estava dentro de nós, o nó que queríamos desatar. Porque nada é simples, nós só comprávamos pedaços de sonhos em vinil, e quem sabe o preço disso? Quem sabe o que ninguém nunca disse? Não tivemos tempo de estar no lugar certo na hora certa. O que é Abbey Road hoje? O que é Haight-Ashbury? Macon, Georgia? Nada. Então não temos mais nada a perder, já que perdemos o tempo de nossas vidas, ahahah. Que piada! You and I have memories, on our way back home. We are going home! Nada vai trazer o passado de volta, ainda bem. A máquina do tempo não está disponível, então nada vai mudar nosso mundo.
Não pude estar aí porque o mundo é redondo. Devia estar, talvez esteja, então não importa. Deixe estar, dixie star. Ainda não sei o que nos fez nascer aqui, mas nos encontramos para procurar a resposta. Se pudéssemos traduzir o que está nessa linha paralela , canalizar esses sonhos em palavras ou sons, seríamos o que já somos, caramba! Abarcar toda essa imensidão de lugares e gentes. Tudo passou tão rápido. E passa, e vai, e daí? A estrada continua pra sempre.
Parabéns a você nesta data querida, querida nada, não queremos esses cinquenta, quem quer?
Ninguém. Todo mundo já tem seus anos pra carregar. Fardo pesado. Heavy! Hard! Pauleira!
Vamos nessa, até a próxima, até que possamos sentir de novo aquela sensação de voar nas asas da ave mitológica.
Ave, Mario!